Do lado do avesso

Tudo aquilo que me segurava saiu do lugar.

As pessoas que eu achava que conhecia, não reconheço mais, e as que eu não conhecia, parecem entender tudo em poucas palavras.

Estou dando mergulhos profundos cada vez mais só.

Todo mundo (do meu mundo) ficou na superfície, não conseguem me ver, quem dirá ouvir...

O som da voz delas já não chega até meu coração, e as atitudes delas trazem à luz a encruzilhada em que nos encontramos. Eu cá, elas... pra onde?

Não posso parar, já perdi tempo demais.


Agora quando me olho no espelho já não busco nada delas em mim. Agora eu me pergunto o que eu gosto e como eu quero. E vou atrás das respostas.

Agora antes de dormir, penduro no armário as expectativas que carrego em relação a elas. Tem dias que visto várias e tem outros que saio com o corpo livre. 

Agora eu acordo todos os dias com a esperança de encontrá-lo cada vez mais vazio, ou se preferir, com mais espaço, pra que eu possa guardar aquilo que realmente me serve, me veste e me faz plenamente feliz. 

Como será que se sente vestir o mundo do avesso?


Comentários